top of page
histórico.jpg

DONA CAROLINA:

A ABOLICIONISTA QUE NOS EMPRESTA O NOME.

No final do século XIX e início do século XX, a fazenda, inicialmente chamada Fazenda Jaboticabal, desempenhou um papel importante como produtora de café. Construída em 1872 por Dona Carolina e seu marido José Alves Cardoso, recebeu o nome de Dona Carolina após o falecimento dela em 1919. As iniciais J.A.C. e a data de 1872 ainda podem ser lidas sobre a porta de entrada da Casa Sede. Dona Carolina não apenas foi proprietária da fazenda por muitos anos, mas também teve um papel político significativo na região. Em uma época em que o Brasil ainda vivia sob o regime monárquico, ela era republicana e abolicionista. Antes mesmo da abolição oficial da escravidão, assinada pela Princesa Isabel, Dona Carolina libertou seus escravos e concedeu-lhes um terreno de aproximadamente 100 alqueires (2,4 milhões de metros quadrados) para garantir sua sobrevivência. Esse local é conhecido como "Bairro dos Pretos" até hoje.
Atualmente, a propriedade continua sendo administrada pela família, que, admirando a beleza da fazenda e da região, realizou um importante investimento para transformá-la em um hotel. No empreendimento, as construções centenárias estão sendo restauradas, enquanto as suítes e apartamentos foram construídos recentemente, preservando a arquitetura colonial brasileira com características paulistas. Assim, a Fazenda Dona Carolina está aberta ao público, permitindo que todos possam participar e desfrutar de sua história.
NO TEMPO EM QUE SÃO PAULO ERA UM IMENSO CAFEZAL
No final do século XIX e início do século passado, vivenciamos a época de ouro do café. Enquanto o Brasil ainda não era industrializado e dependia principalmente da agricultura, o café se tornou nosso principal produto, exportado para o mundo inteiro pelo porto de Santos. Grande parte desse café, que hoje é registrado nos livros de História, provinha da Fazenda Dona Carolina, um dos maiores produtores do estado de São Paulo e do Brasil. Um dos poucos testemunhos remanescentes dessa época é o terreiro de café, localizado na entrada principal da fazenda, que está em bom estado de conservação. Esse local serviu de cenário para dois filmes que abordavam o tema do café: "Chamas no Cafezal" e "Gaijin", dirigidos por Tizuka Yamasaki. Os escravos colhiam o café nas plantações ao redor e o traziam para o tanque acima do terreiro, onde era lavado e, em seguida, seco ao sol.
Posteriormente, o café seguia para a Tulha (atualmente um moderno Centro de Convenções), um prédio localizado abaixo e à esquerda da Casa Sede, onde era beneficiado, descascado e ensacado. A partir dali, era transportado em lombos de burros (daí a proximidade das Cavalariças) até Jundiaí, onde era embarcado na estrada de ferro com destino a Santos. O café era tão crucial para nossa economia que a Estrada de Santos-Jundiaí foi construída especialmente para o transporte desse produto. Uma curiosidade: na ponta do prédio dos apartamentos, no lado esquerdo quando visto de frente, há um solitário pé de café. Essa é a última lembrança daquela era de ouro.
NATUREZA NOTA 10
Além de ser uma região naturalmente bela, no Hotel Fazenda Dona Carolina, buscamos contribuir para o equilíbrio ecológico. A água do lago provém de nascentes dentro da área da fazenda, o que garante sua pureza e ausência de poluição. As capivaras são uma prova disso: há cerca de cinco anos, um casal delas se estabeleceu próximo à mata e, desde então, a família cresceu para cerca de 60 indivíduos, que podem ser avistados pastando e nadando ao final da tarde. Os paturis (pequenos patos selvagens) e as garças também são frequentemente avistados na região.
Os bugios são outra atração, ocasionalmente passeando pela cerca após o lago. No entanto, eles não seguem um horário específico para suas apresentações, então é uma surpresa quando decidem se exibir.
Falando em mata, observe a nossa. É uma mata nativa, com árvores imponentes e exuberante vegetação. Os animais adoram esse ambiente, acredite.
Você pode apreciar tudo isso à sombra das centenárias paineiras, próximas ao restaurante ou à beira do lago. As paineiras são verdadeiramente antigas? Bem, uma senhora de 76 anos em Bragança Paulista conta que, quando era criança, brincava em um balanço pendurado em um galho delas. Essas paineiras em frente às suítes têm cerca de 30 anos e seus troncos são finos se comparados às outras árvores. Com o tempo, os troncos ficam mais rígidos e seu crescimento diminui progressivamente. É como nós...
CONSTRUÇÕES DO SÉC. XIX: O LEGÍTIMO ESTILO COLONIAL BRASILEIRO
A casa-sede da Fazenda Dona Carolina ainda está sendo restaurada internamente, mas pelas suas linhas exteriores já é possível apreciar um raro exemplo de construção do século XIX. Sobre a porta principal, há uma data: 1872. No entanto, alguns especialistas que a visitaram acreditam que essa data corresponde a uma reforma que consolidou a casa. Pelos materiais utilizados e seu estilo, eles afirmam que a construção foi realizada cerca de 30 ou 40 anos antes.
As paredes são de taipa, semelhantes ao muro que pode ser visto próximo à recepção, entre os prédios das suítes e dos apartamentos. Esse tipo de construção envolvia a criação de uma estrutura de madeira, na qual o barro era colocado e compactado pelos escravos até endurecer. Em seguida, a estrutura era movida para cima e o processo se repetia. No muro de taipa, é possível observar claramente as camadas sobrepostas.
As telhas eram moldadas manualmente. As pessoas se ajoelhavam diante da mina de barro, com um joelho no chão, e moldavam as telhas na outra perna. Como resultado, as telhas apresentam tamanhos variados.
Além da casa-sede, existem outros edifícios que fazem parte do conjunto colonial da fazenda. A antiga Tulha, onde o café era beneficiado e armazenado, foi transformada em um moderno Centro de Convenções. Já a antiga casa do administrador, conhecido como "Seo" Oscar, foi convertida em um restaurante. Ambos foram construídos no final do século XIX, quando os grandes tijolos que eram usados na época já eram utilizados. Você pode encontrar muitos desses tijolos nos pisos dos corredores e na área da piscina. Outro edifício, um pouco mais recente e datado do início do século XX, é o Salão das Cavalariças, que originalmente abrigava os cavalos e hoje é um charmoso restaurante.
A igreja de Nossa Senhora da Conceição, recentemente restaurada, exibe uma data acima da porta principal: 1898. Essa bela construção representa a religiosidade presente na região naquele período.
A Fazenda Dona Carolina é um local que preserva a história e a beleza da época em que São Paulo era um grande cafezal. Seu legado está presente nas construções centenárias, nos terreiros de café, nas paisagens naturais e na memória daqueles que vivenciaram aqueles tempos áureos. Como hotel, a fazenda proporciona uma experiência única, permitindo que os visitantes apreciem a história e desfrutem das belezas naturais desse lugar especial.

Nossa História: Bem-vindo(a)
bottom of page